domingo, 19 de fevereiro de 2012

Hoje eu não estou pra carnaval


Essa bagunça que sinto misturada com egocentrismo.


Essa frieza misturada com a delicadeza de quem admira uma estrela.

Esse egoísmo que sinto de mim mesma, se confundindo com a vontade de me entregar nos braços de alguém que finja bem me amar.

Minha lagrima de alegria, meu sorriso de tristeza, minha gargalhada de raiva.

Fiquei tão contente em lhe rever que num ato contraditório do que sentia curvei as sobrancelhas, grudei os lábios. Olhei vagamente sem dizer nada. Virei o rosto, vesti a máscara do desprezo. Primeira vez que você me viu diferente, indiferente a você. De principio não foi essa minha intenção. Nem eu mesmo entendo qual a razão pra tamanha repulsa diante dessa alegria descontente que é te ver. Se demostrei desprezo, sei que não foi por você. E essa máscara deve ser porque é carnaval. Deve ter sido isso que me fez agir assim, toda vez que te vejo é carnaval no meu peito. Esse desprezo é pelo carnaval que você me causa. Meu coração feito escola de samba. Como odeio carnaval!
Perdoe-me, mas sentir isso não me agrada. Meu coração batuca freneticamente e minha alma involuntariamente samba, toda vez que te vejo. E esse tipo de alegria não combina comigo. Então querido futuro amigo, entenda o meu silêncio. Quando você aparece o barulho ensurdecedor vindo do meu peito, rouba toda a minha atenção. Isso tudo me apavora, me incomoda. Então lhe peço, não apareça. Deixe meu coração quieto. Não puxe o enredo. Definitivamente eu digo, odeio carnaval, principalmente esse que você causa no meu peito. Prefiro bossa nova que sempre foi minha fossa velha, prefiro rock'n roll que não necessita de par para dançar. Prefiro um samba antigo cantado ao pé do ouvido que é mais música do que barulho. Mas para acalmar a alma nada melhor do que ouvir aquela nossa banda preferida que em um refrão me faz crer que "todo carnaval tem seu fim... e é o fim... e é o fim”. E quando o fim disso chegar, sorrirei pra você. Sem ressentimentos, sem indiferença, sem máscara alguma.
Enquanto isso sozinha eu vou brincando de ser feliz.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

As cores mais bonitas


Se o amor for mesmo cego, quero que pelo menos eu possa continuar enxergando suas cores.

Troco um arco-íris só por você.  Ele está no céu nunca poderei alcança-lo, enquanto você está aqui e mesmo assim não é sempre que tenho o prazer de toca-lo. Mas me contento em admirar suas cores, assim como o céu reage com a presença do arco-íris que aparece sem anunciar e torna o dia mais bonito. É você na minha vida a colorindo com suas cores...

Branco é teu sorriso. Tão branco que parecem me cegar.
E de certo cega, a ponto de que eu me apaixone.
Vermelho. Seu beijo, ás vezes cinza de nicotina.
Amarela. Sua alegria vívida. Colorindo todo branco do vazio e se destacando entre a escuridão da tristeza.
Rosa. Sua pele clara querendo se amorenar ao sentir o sol.
Preto. Seus olhos, luz negra. Noite de céu estrelado.
Verde. Sua camisa, a ultima que vi usando. Ainda quero poder vê-lo com todas as cores de camisa.
Que cor são seus cabelos. Não sei dizer. É uma cor sem nome. Nem loiro nem castanho. Um tom claro. Um tom seu. Talvez uma nova cor com o seu nome.

Queria poder saber se assim como eu pode enxergar cores em mim. Queria ouvir você dizendo minhas cores. Mas sem você pareço não colorir.
Sozinha, fico neutra. 
Enquanto perto de você, capto suas cores e viro uma arte abstrata com cores misturadas.
Torno-me multicolorida. 

Seu sorriso branco forte clareia o meu meio amarelado. Sua alegria amarela floresce na minha alma, e ocupa o branco vazio que nela habitava. E irradia todo o meu corpo como raios de sol numa tarde calorenta. Sua pele rosada deixando a minha envermelhada ao me tocar, me passando calor. Seus olhos, o mar refletindo o céu negro estrelado, me convencendo a mergulhar, e neles nadar até que não haja mais fôlego pra segurar, então afogar-me. Um beijo vermelho pra me salvar, um socorro, me fazendo voltar a respirar. Uma camisa verde para agarrar até rasgar, virando retalhos verdes de trapo. Seu corpo tem a cor que me basta. E me basta roubar um pouco das suas cores para ser feliz. 

Você tem todas as cores que preciso para que meu dia fique mais bonito. 
E sinto que para colorir minha vida, entre centenas de cores, as suas são as únicas que necessito.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Para o seu azar querido, eu apareci...

E eu necessito de confusão. Não sei simplesmente amar.
Não sei ser simples assim. Dificulto as coisas.
Amo mal. E às vezes mau amo. Sou estranha.
Sou um azar na vida de um homem.
Aquele que me ama está pagando pelos seus pecados.
Coitado... Coitado merecia coisa mais simples, merecia alguém como ele.
Denuncie esse amor, sou propaganda enganosa.
Se apaixonar por mim é um acidente. Você sofreu meu bem, você sofreu um acidente quando me conheceu.
Desculpe-me.
Não sou má, apesar de um tanto maluca.
Eu sei que te amo. Tive sorte em te conhecer. O azar foi apenas teu.
Queria saber se é feliz. Pois nem todos vivem com sorte. Tem gente que nem tem a quem amar. E você, você tem a mim. Que sou assim meio chata, e insuportável quando mal humorada, sistemática, neurótica, paranoica, ciumenta possessiva, narcisista, egocêntrica, egoísta e outras coisas que você melhor do que ninguém sabe, e pode muito bem dar continuação dizendo todo o resto. Tem razão, sou culpada por ser assim como eu sou. Sou culpada. Eu procuro, eu provoco, eu preciso complicar encontro confusão em coisas simples.
Não consigo ser diferente, e nem tento. Não sou e nunca pretendi ser perfeita. Por isso tenho culpa, sou culpada por não tentar mudar.
E apesar de tudo, você ainda me ama. Logo eu que nem faço por onde, sou amada.
Mas se esse azar te causar infelicidade meu bem, diga-me. Que eu te devolvo a sorte da minha ausência. Dou-te paz. Faço da sua vida uma coisa simples.
Mas se por acidente é feliz. Continue aqui comigo, que hoje por milagre acordei de bom humor. E estou bem disposta o suficiente pra dizer o quanto sou feliz por ter tido a sorte de te conhecer.



segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

É tão cafona o que eu sinto por você, meu bem.

Ele não é nenhum poeta. Mas sabe falar de amor como ninguém!
Sobre o amor possui uma teoria simples, composta de argumentos divertidos. Ele é um romântico cômico.
Até os maiores clichês vindo de teus lábios se tornam novidades.
E é a tua voz que canta a música que faz o meu coração dançar.
E é só a tua voz que eu quero escutar todas as manhãs quando acordar.

Ele sabe disso. Eu tenho mesmo essa mania de fazê-lo sorrir. Aprendi com ele a ser assim, uma ladra de sorrisos. Mas só roubo sorrisos dele e ninguém mais.
É nesses momentos, dizendo esses tipos de coisas bobas, que me dou conta de quanto o amor é mesmo cafona.
Mas todo Cafona não se dá conta de que é Cafona, porque está muito ocupado sendo feliz.
 Isso me faz lembrar quando ele veio na minha janela fazer uma serenata. Que rapaz é capaz de fazer uma serena nos tempos de hoje? O meu faz.
Foi depois de uma noite inteira no bar bebendo com os amigos que ele veio na minha janela cantar...
"É tão cafona o que eu sinto por você... tão cafona como o meu chapéu... ó céus”.
Outra música não poderia ser. Não preciso dizer que foi eu quem cuidou da sua ressaca no dia seguinte.
E nosso relacionamento sério, acaba sendo engraçado. Dou risada com ele, dou beijinhos em público, apelidos carinhosos, dou minha mão pra ele segurar, dou presentes, dou minha presença, dou meu coração, corpo e alma. Dou até meu sorriso para ele sorrir. Amar é se doar.
 E tudo isso parece tão cafona. Isto é ser cafona. Somos felizes.
E eu tenho alguém que vive dizendo que me ama ,e tenho a impressão de que o "Eu te amo" que ele fala, é o mais sincero e bonito que já ouvi. E isso não é conversa de garota apaixonada não, é apenas uma constatação. Eu não preciso tentar impressiona-lo, pois ele já está onde eu quero agora. E eu não tenho que fazer nada para conquista-lo. Repito, ele está onde eu quero, agora.
Está em casa me esperando para dormimos abraçados e mais uma vez dizer que me ama.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Quero poder respirar-te

Ando com dificuldades pra respirar. Tem faltado Ar... te.
Falta inspiração, falta tempo. Ando ausente das palavras. Apenas penso, e não consigo expressa-las.  O cansaço tem sido mais forte. Deito com elas na cabeça, e quando acordo as sacanas foram embora. Às vezes elas aparecem novamente durante o dia, mas logo se vão. E como sempre não tive tempo ou animo pra registra-las.
Minhas mãos que foram feitas para escrever. Hoje são usadas apenas para trabalhar. E infelizmente não trabalho com palavras.
Minha mente costuma estar ocupada por sonhos. Hoje anda perturbada, só consigo pensar no quanto estou exausta.
Estou me deixando levar pelo stress cotidiano. Pela mesmice dos humanos.
Tenho medo de ficar como eles. Vai se essa doença de ser normal, chato e sem graça, pega.
O cansaço é tanto que até tenho dormido antes de sonhar acordada. Estou até me desligando dos meus sonhos. Meus pés estão afundando no chão. Logo eles que já deram saltos tão altos.
Quem me dera poder viver de arte. Ter licença pra ser arteira. Viver de sonho talvez...
Qual sua profissão menina? – Sonhadora.
Amo todo tipo de arte. Mas a escrita é a que me arrisco. Também dou os meus rabiscos. No canto, uns gritos, e na dança uns giros desajeitados. Por isso digo, preciso de ar... te pra respirar. Ando sentindo falta desse ar. Seja qual for, quero voltar a respirar-te.
Hoje mesmo quando acordei, procurei as palavras pela casa. Procurei os meus sonhos que havia deixado de lado. Fui trabalhar cantando, cheguei em casa dançando, agora estou escrevendo e logo mais irei deitar para descansar, mas não antes de sonhar um pouco mais, acordada.
E assim eu vou vivendo, enquanto o sonho de viver das minhas palavras, não se torna realidade...

O amor aos olhos de uma cigana

Segundo ele, ela tinha olhos de cigana oblíqua e dissimulada.
Não, ela não era Capitu. Não era oblíqua tão pouco dissimulada. Mas sim, era uma cigana.
Os olhos dela, a ressaca dele. 
Ele, um rapaz comum que cantava. Foi assim que ele a encantou. Cantando.
E a cigana o conquistou com os olhos, olheiras, olhadas, amor. Ela o olhou, desejou, conquistou, amou. Mas prometeu pra si mesmo jamais ler a mão do seu amado.
 - "Eu não quero saber. Por te amar, e por temer que o seu futuro não seja ao meu lado.” Ela não queria sofrer antecipadamente caso soubesse de que nada seria como se desejava.
Não tirou as cartas, preferiu ler os olhos dele. Esses sempre diziam o que ela queria acreditar. Não faz questão de ter certeza, só queria poder acreditar. Estar apaixonada é querer estar com a pessoa desejando que o tempo pare e que seja recíproco o sentimento, que não acabe. Pensamos naquele tal "pra sempre". Fazemos força para acreditar que sim, quem sabe dessa vez será “pra sempre". Mesmo que ele não exista, mesmo que pensar isso seja tolice. Mas quando você está amando alguém, é isso que você deseja. Que seja pra sempre, nem que seja apenas em sonho.
Lua cheia no céu, e dois apaixonados na terra. Ela com o seu vestido rodado e com os pés descalços observava a lua. Quando ele a pegou no colo e a beijou. Nesse momento, o tempo podia parar. E aquela cena ser eternizada com uma fotografia, um retrato de casal feliz. E de fato eram.
Mas, num momento descontraído acompanhado de sorrisos, ela cometeu um erro do qual até hoje se arrepende.
Eles estavam de mãos dadas. Quando, ela ainda com um sorriso nos lábios disse:
- Deixe-me ler a sua mão, meu amor.
Ele a olhou como de costume, com um olhar bonito e a estendeu a mão e achando graça disse
- Veja o meu futuro... Minha cigana.
Os dois sorriam. De repente o sorriso de um deles se desfez. Era o dela. O olhar se entristeceu, ele percebeu...
- O que foi amor?
E a resposta foi um abraço forte.
Quase chorando a cigana disse
 - Eu amo você. E pensou angustiada... Mesmo que o seu futuro não seja ao meu lado. Mesmo que seu fim esteja próximo.
E uma lágrima escapou daqueles olhos de cigana oblíqua e dissimulada. Essa lágrima era para o fim que ainda não havia chegado. E até hoje não chegou. Por enquanto... 

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Só lhe dão saudade

Nunca senti tanta vergonha de mim mesma. Vi-me no fundo do poço.
O espelho de banheiro refletindo o meu rosto, e o desgosto, o desgosto.

O que restou? Um gosto ruim na boca.

Uma tristeza. Beber pra esquecer, pra não ver quem também não quer mais me ver.
Um deletério pra esquecer outro deletério.
Que a embriaguez ocupe o lugar que antes era reservado para o amor. Já que hoje na mesa que sento, a cadeira ao meu lado está vaga. Não tenho com quem ficar de mãos dadas. Em minha mão só há um copo, o primeiro de vários que ainda estão por vir nessa noite que será longa.
No 8º copo já me sinto tonta. Já estou trocando nomes, estou cambaleando.
Hora de jogar tudo pra fora, depois sentar no chão e chorar, chorar. Choro por me encontrar mais uma vez nessa situação.
Decadente, deprimente, vergonhosa.
Ultimamente tem sido assim. Eu  sentindo vergonha de mim. Inutilmente tentando distrair a solidão.
 Não importa o que faço, continuo cada dia me sentindo mais só. É quando só lhe dão motivos pra sentir saudade de ter alguém aqui, do meu lado cuidando de mim. Alguém que não me deixe cair e nem me dê motivos pra que eu me jogue no chão.
Preciso de um sorriso que me faça sorrir. Um abraço que compense todo um dia chato. Alguém que não solte a minha mão. Uma boca mais viciante do que qualquer droga. Um beijo que substitua um copo. Quero encontrar um novo vício, um novo amor. Quero viver tudo de novo, só que dessa vez diferente. Eu quero sentir um novo gosto, admirar um novo rosto, suspirar um outro nome, e tê-lo cravado numa aliança.
Eu preciso mesmo é daquela tal embriaguez do amor que dizia Vinicius de Moraes. E não essa que estou vivendo. Minha decadência é essa carência, é a ausência de alguém que um dia já esteve ao meu lado. Mas a solidão eu sei é coisa que acaba, assim como toda embriaguez vira ressaca.

domingo, 23 de outubro de 2011

A dona da casa abandonada

 Posso prever o futuro.Serei uma velha ranzinza.Por isso, escolho ficar sozinha.
Quero uma casa grande e vazia.E que a janela tenha vista para a rua principal.Quero beber meu conhaque e observar os tolos que por ali passam.Beber sempre me proporciona boas risadas.Observar os seres humanos insignificantes então, me embriaga. Não que eu seja mais importante que eles.Pelo contrário, eu sou um caso à parte.
Sou a dona da casa abandonada,aquela que as crianças dizem ser assombrada.
Depois de velha,virei assombração.Quando me descuido, acabo fazendo uma aparição.Meu rosto por de trás da cortina de renda que um vento forte balançou.Fico pensando se alguém da calçada olhou para cima e me flagrou.Precisarei ser mais cuidadosa, se eu quiser me manter assim, inexistente.Assim assombração fazendo breves aparições e sendo flagrada por um estranho qualquer que pela calçada passou.
As correspondências vão se acumulando na porta de entrada, devem ser cobranças. Nenhuma carta, não existem remetentes para que me mandem cartas.Desconfio que até o carteiro pensa, que não existe ninguém vivo nesta casa.
A campainha há tempos não toca, a não ser quando as crianças encapetadas apertam e saem correndo. Correm de medo. Como são burras, tem medo de fantasma. Seres sobrenaturais não podem fazer nada. Os humanos que andam em plena luz do dia, sim. Mas são crianças, ainda não entendem de nada. Um dia serão velhos, assim como eu, passarão a ver a vida de um jeito mais amargo.
Todos os jovens de hoje, um dia de alguma forma serão esquecidos. Se não pelos queridos, pela sociedade. As tatuagens perderam a vida no corpo que ficou velho e enrugado. Os pulmões de tão fracos, não aguentaram nem mais um trago de cigarro. Os amigos a maioria estarão enterrados. E o que restará será a saudade. Saudade de quando eramos todos jovens e a morte parecia algo distante de acontecer. Agora ela parece tão próxima, tão certeira, e ao mesmo tempo tão amiga.
E o que me deixou ranzinza não foi a velhice. Não foram as rugas no rosto que um dia foi belo e jovem. Não foi a saudade dos queridos que a amiga morte levou antes de mim. Não foi o tempo que passou.
A solidão foi algo que desde jovem eu planejei. E o meu humor que nunca foi dos melhores, continua do mesmo jeito. Continuo com a minha acidez. Ranzinza desde criancinha, sou assim. Sempre tive uma velha dentro de mim. E o instinto à ser assombração sempre esteve aqui. Por fim, decreto que no meu futuro serei sozinha.Saberei viver em paz em minha velhice.
 E tudo isso hoje eu posso prever, imaginar e dizer. Enquanto da calçada olho pra cima e flagro uma mulher de cabelos brancos me olhando da janela de uma casa, que até então eu pensava ser abandonada.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Sobre o meu amor

Sou daquelas, que depois do fim diz que não foi amor.
Sou daquelas que enche a cara, vomita insultos, se despeitei toda, grita sem ter razão, chora de raiva, diz "eu te odeio" da boca pra fora e depois de sã, assume que estava errada.
Sou dessas orgulhosas que não corre atrás. Do tipo que não insiste nas pessoas, e quando elas se vão, pensa que o azar foi delas. Sou egocêntrica, egoísta e encho a boca pra falar isso.Um dia fui mais doce, hoje não sou.
Digo que não presto e no fundo eu realmente penso e acredito nisso. Mas me alegra quando aparece alguém discordando do que eu digo ser. Quando aparece alguém, me aceitando do jeito que sou. Alguém dizendo gostar dos meus defeitos. E quando não aparece alguém, me contento em ter ninguém.
Sou daquelas românticas nem sempre assumida, vestida pra matar, doida pra morrer de amor.
Sou do tipo de mulher que luta com unhas e dentes pela sua independência. Sou daquelas que nem pensa em casamento. Mas sonha em ter filhos. 2 meninos e uma menina.
Sou aquela fascinada por conhecimentos místicos. A que crê em Astrologia, Tarô e destino.
Sou uma colecionadora de vestidos de bolinhas. E de coisas de bolinhas. A que passa batom até pra ir à padaria.
Sou dessas movidas á cafeína. Uma falante compulsiva. Repetidora de assuntos.
Sou daquelas que não pensa pra falar, e diz o que pensa.
Sou do tipo que não tem tipo certo para se apaixonar. E generaliza dizendo que homens são todos iguais. Mesmo sabendo que não.
Sou dessas feministas que sempre dá razão pra mulher em questão.
Já fui chamada de má, de maluca, de tudo menos santa.
Sou dessas temperamentais, que aparenta ser doce, mas basta curvar as sobrancelhas para mostrar o quão ácido é o seu humor.
Poucos sabem me aceitar do jeito que sou.
Poucos souberam me dar amor ou algum valor. E nenhum deles me descreveria assim, como eu me descrevo. Nenhum deles escreveriam por mim, as palavras de amor que escrevo.
E se hoje eu sei dizer perfeitamente como sou, é porque aprendi a ser o meu próprio amor.
Eu sou, o meu grande amor.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Amar é enlouquecer

Senti tudo que há pra sentir.
Sorri, chorei, gritei, amei, amei, amei.Descobri que amar é enlouquecer. Enlouqueci.
E esse amor enclausurado no meu peito, quase matei.

Dei-me todas as bebidas dessa mesa, disse a moça já embriagada.
"Quero matar esse amor. Quero mata-lo"
Percebendo sua decadência, chorou, chorou tudo que bebeu.
Provou o gosto das lágrimas que caim em sua face, como se fossem o veneno para matar o tal malfeitor.
É fácil colocar toda a culpa no amor...
Alguém lhe pergunta " Quer um cigarro? "
E fora do seu estado normal, responde o mesmo que teria vontade de dizer se estivesse sóbria, porém não diria
" Não quero essa droga de cigarro. Pois foi esse o gosto que senti nos lábios dele, no último beijo... último beijo.
Ao dizer isso se acabou em lágrimas e distorcendo as palavras criticou todos os fumantes ali presentes.Como se cada um que mesmo sem querer fizesse lembrar ele, tivesse culpa de algo.
É fácil culpar as pessoas...
E diante de todo esse circo trágico formado, onde se encontra o amor ?
O amor continuava ali, sentado, olhando, quieto bebendo sua cerveja sem incomodar ninguém.Fingia não ver, mas sabia que aquilo tudo era por ele. Não, a culpa não é dele. A culpada é ela que faz tudo por ele.
Das demonstrações mais singelas até as mais deploráveis. Os erros cometidos são por ele. Os acertos, nem sempre. Ela faz tudo errado por ele. É louca ! Afinal, ama. E todos que amam possessivamente, excessivamente, loucamente sempre sofre as consequências.

E toda essa loucura misturada com embriaguez e coisas bestas de mulher. Fez com que o amor se afastasse.
E no dia seguinte o que incomodava não era nem a ressaca, e sim olhar pro lado e ver que ele não estava. E nunca mais estará enquanto tão louca ela continuar.
Difícil mesmo é deixar de enlouquecer... e pra isso primeiro é preciso o esquecer.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Minhas lágrimas secam, sua ressaca passa .

Na mão um copo cheio, no peito um coração vazio.
É isso que penso de ti. É nisso que quero acreditar.
Você ingere álcool, eu bebo lágrimas.
O que nos uniam se desfez assim como a sua embriaguez virou ressaca.
Os opostos sempre se separam.
Deixo a solidão ocupar o seu lugar.Hoje você é um personagem que eu inventei, criei, e emoldurei, colocando assim na minha coleção de fracassos amorosos.
Disfarço com ódio o amor.
Essa é minha maneira de me defender. Não de você, e sim do que sinto.
Me recuso a curar esse amor, com outro amor.
Prefiro partir pra ignorância, prefiro ser chamada de louca, do que tentar te esquecer amando outra pessoa.
Como se fosse possível. Nada do que tento é possível. Nem mesmo te odiar.
Finjo não querer saber da sua vida. Quando te vejo, viro a esquina, mudo de caminho.
Alguém fala o seu nome, faço pouco causo.
Curvo as sobrancelhas, te insulto sem precisar proferir uma palavra.
Tem dias que quero que você morra, tem dias que morro por você.
No silêncio do meu quarto, eu morro.
Enquanto você deve estar por aí num boteco qualquer bebendo com os amigos.
É aí que eu quero que você morra.
Tento te expulsar de mim, como quem expulsa um demônio.
Mas esqueço que demônios não existem. Mais uma tentativa frustrada. Você ainda continua aqui.
Mesmo eu não querendo, é uma parte de mim. Parte que faço de tudo pra ignorar, mas que grita dentro de mim. Me corrói, me destrói, vence meu orgulho besta e me foge um sorriso ao te ver.
Mas continuo assim... fingindo não sentir, fingindo não estar nem aí, fingindo não te ver enquanto você se embriaga.