domingo, 31 de julho de 2011

Apologia do Amor

Dentre as teorias dadas para o Amor, a que no meu ver é a mais verídica é que O amor é uma droga.
Antes eu ficava em duvida entre a "O amor é uma doença". Mas parando pra analisar o amor é uma droga que deixa o nosso coração dependente.E no meu laudo clinico isso pode ser considerado uma doença.O que causou a doença, foi a droga Amor.Que você consumiu excessivamente.
Entendam como quiser, o amor é mesmo uma droga.
Pode ser tanto um vício nada prejudicial, como também um deletério.
Os viciados em Amor estão por todos os lados.Amando compulsivamente.


Um dia me perguntaram se eu sabia de uma droga pior que cocaína.E eu respondi 
"Pior que cocaína só mesmo amor não correspondido".
É claro que existe diversas drogas com efeito mais devastador do que a cocaína,mas naquele momento essa foi a primeira teoria que veio à minha cabeça.A ideia ainda estava fresca não pude deixa-la escapar.Amor não correspondido ou ilusão como preferir chamar, é uma droga das mais perigosas.Essa eu aconselho  ninguém experimentar.Já quando o amor é reciproco eu digo "Amem,amem sem moderação,consuma até o coração não aguentar mais".Nunca ouvi falar de alguém que morreu de amor.Você já ? O amor não mata.O amor é o que nos mantei vivo.Para viver é preciso muito amor.Amor na vida.Amor nas pessoas.Amor em si próprio.
Vivo influenciando as pessoas a amarem.Faço apologia à essa droga.E não tenho dúvidas que se no mundo existisse apenas essa droga que aqui tanto exalto,ah o mundo seria muito melhor se nele a unica droga fosse o Amor.Que bom se o Amor fosse a unica doença capaz de se contrair.Todos os corações dependentes felizes ao consumir cada vez mais amor.
Podem achar babaquice,ou então me chamarem de louca que não tem mais o que falar.
Se você acha que tudo isso é baboseira é sinal de que você mais do que ninguém precisa de um pouco Amor.
Pois aqui quem fala é alguém que vive amando, sendo amada, e feliz com essa tonteira que o amor em excesso causa.
Então enlouqueça um pouquinho,abra o seu coração e diga sim ao amor.

sábado, 23 de julho de 2011

Já que se atreveu aparecer, então permaneça ao meu lado e não ouse me deixar

Sempre tem aquela pessoa atrevida que aparece em nossa vida com a missão de interromper nossa solidão. Ela chega fazendo o seu coração dançar, quando ele pretendia descansar. Você pensa que tirou férias remuneradas da paixão. Então,ela surge sabe-se lá de onde e toma posse dos seus sentimentos, suspiros, e batimentos cardíacos. De repente você percebe que está perdidamente apaixonado, mais uma vez.“Mas, como isso foi acontecer? Oh não,de novo não!. Essa é uma das intenções dessa intrusa, ela veio pra te pegar de susto. Em um momento súbito te pegar de jeito. E é a partir daí que você sente que teu coração não lhe pertence mais, agora ele está sob nova direção.
Tem aquela que aparece do nada. É um novo rosto, um novo sorriso, um novo gosto, um novo perfume. Literalmente, um novo amor.
Quem é você?
O que te trouxe até minha vida?
Por que fico tão feliz com a tua presença, sendo que mau lhe conheço?
Também tem aquela, que você até já conhece. Mas por alguma fatalidade inesperada, você passa a vê-la de uma outra maneira. Ou em alguns casos ela é quem se manifesta com uma mudança repentina de olhar.
Você esteve o tempo todo aqui,por que só agora fui te perceber?
Quando é mesmo que deixamos de ser só amigos?
Quem diria, nós dois?
São inúmeras formas de abordagem. Cada uma com o seu jeitinho, umas melhores do que as anteriores, outras nem tanto. Mas todas aparecem com o mesmo objetivo "Interromper sua solidão". No começo você pode até nega-la. Bater a porta do seu coração na cara dela. Dizer “Hoje não, obrigado". Ou então “Volte mais tarde!”
Mas de nada adianta. Pois ela apareceu e não foi por acaso. E essa tua rejeição a princípio, só prova que ela está conseguindo o que quer. Quer te tirar do sério, fazer com que você perca totalmente a cabeça e passe a sobreviver apenas com o coração. Não adianta tentar ser um egoísta de si mesmo, isso você não conseguirá levar adiante por muito tempo.
Essas paixões intrusas vem em forma humana e te encanta, mesmo contra sua vontade.Você não tem o poder de as impedir. E essas coisas não tem nada a ver com vontade. O amor é uma consequência da vida. Enquanto você estiver respirando, estará arriscado à se apaixonar. E quando isso acontecer, aquela pessoa que no começo você considerava uma intrusa, uma  atrevida, vai passar a ser a razão seu mundo. E você pedirá à Deus por favor, que não deixe ela sair da sua vida nunca mais. Não enquanto ela te fazer sorrir.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Se for se aventurar , leve apenas as malas e deixe o coração em casa

Quando tudo em mim estava quieto.Quando a ausência dele deixou de ser algo perturbador.
E eu saia de casa com a certeza de não o encontrar pelas ruas dessa cidade.E aquela ansiedade de ouvir o telefone tocando,a campainha chamando,pra quem saber ser ele, já não existia mais.Quando tudo deixou de ser pranto,a mágoa havia passado e aquela esperança tola se desvaneceu.E o rosto dele já não era algo que os meus olhos sentiam falta de ver.Quando eu havia me conformado e pensado " Não ele não ira voltar, e mesmo que volte não será para os meus braços".
Quando eu mantive fixa a ideia de não ser mais uma aventura de um Sagitariano.
Meus dias estavam calmos, e eu gostando dessa monotonia.Dessa solidão gostosa de viver após uma dolorosa decepção.Quando eu estava contente comigo mesma.Sem sofrer, sem amar, apenas respirando e suspirando para as coisas bonitas da vida.
Então ele volta...
Como uma tarde calorenta de verão que de repente dá lugar à uma tempestade.Como uma estação de rádio tocando bossa nova e em seguida rock'n roll.Como um absurdo desnecessário.Ele voltou...
Me pegou pelo braço, me roubou um abraço e sorrindo me disse "Quanto tempo !"
E eu perplexa continuei calada e sem me mover, enquanto sinto os teus braços me envolvendo,enquanto sinto o teu cheiro.Como é bom senti-lo novamente...meu Deus como é bom revê-lo.Sentir novamente esses lábios que já me fizeram tão feliz.Lábios dos quais eu tanto senti falta, agora beijando a minha face.
Como pude pensar que seria capaz de viver sem ele ? Sem esse abraço,sem esses lábios,sem essa voz pronunciando o meu nome .Como pude cometer tamanha insensatez ?
Foi então que eu percebi.Que o amor que eu sentia,nunca havia morrido.Em nenhum momento eu o esqueci.Esse amor estava apenas adormecido dentro do meu peito.Há espera de alguém para desperta-lo desse sono profundo que se encontrava enquanto ele esteve ausente.E foi só ele voltar, para que tudo voltasse.O sentimento que pensei já ter dado óbito se mostra mais vivo do que nunca.Volta renovado, mais forte graças à saudade que eu tanto negava sentir.
E ele ainda me pergunta " Sentiu minha falta ? "
E eu penso " Não, como posso sentir falta do que não sai de mim.O que senti, foi você todos os dias, mesmo sem querer sentir.Mesmo como algo subentendido.Eu nunca deixei de sentir."
Mas os meus lábios prefere ocultar a sinceridade do pensamento.A resposta foi um sorriso discreto e um simples "Sim".Então ele empolgado me conta como foi de viajem e as coisas interessantes que conheceu longe daqui.
E eu só penso e já sofro antecipadamente a hora que ele resolver me deixar mais uma vez pra ir em busca de novas aventuras.Mas no fundo uma esperança estupida me faz crer que pode sim, existir um sagitariano que leva como bagagem apenas as malas e deixa o coração em casa.Pois a sensação que sinto em revê-lo vai muito além do que a vontade de esquece-lo.Eu ainda o amo.Ele estando aqui, ou em qualquer outro lugar.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Enquanto houver música, haverá o nosso amor...

Eu sempre quis ter um poeta. Eu sempre quis ser um poema.
Certo dia estava eu num balcão de botequim. Quando um homem atraente se sentou ao meu lado, e me ofereceu um drinque. Eu com um copo de uísque na mão, recusei. Continuei indiferente, enquanto ele puxava assunto. Por incrível que pareça, o conquistador de botequim nem se quer perguntou o meu nome. Ele estava mais interessado em falar sobre si mesmo. Se gabava dizendo que era músico e que tinha uma banda muito boa; como se isso fosse me impressionar. Aliás nada naquela noite seria capaz de arrancar dos meus lábios um sorriso. Que dirá então, um beijo!
Enquanto ele falava, eu percebia suas características típicas de um nativo de Leão. Tive certeza que se tratava de um leonino.
Não posso negar que ele tinha charme, mas não demostrei nenhum interesse. Só desprezo e uma cara de quem teve um dia ruim. O que não era nenhuma mentira. O dia havia sido ruim o bastante, para eu estar ali bebendo.
Ele pediu  meu telefone. E eu pedi a conta. Me levantei do banco e fui embora, deixando pra ele um nada simpático "tchau". Ao me afastar me senti tentada a olhar pra trás para ver se os teus olhos me acompanhavam até a porta. Mas logo pensei "Melhor não. Definitivamente, hoje não é o dia!" Fui embora sem olhar pra trás. O dia não tinha sido dos melhores. Eu só queria voltar pra casa antes que algo piorasse. Ou pior ainda, antes que eu me apaixonasse.
Uma semana depois. A campainha do meu apartamento toca.
Era um entregador com um buquê de rosas. Dei uma gorjeta ao rapaz e perguntei quem seria o remetente daquelas rosas. Ele não sabia. O buquê era lindo e singelo. Procurei por um bilhete, e encontrei algo inusitado. Um pen-drive lilás entre as rosas vermelhas.
Achei curioso e não pensei duas vezes em verificar o conteúdo do tal pen-drive.
Se tratava de algo que nem nos meus sonhos mais loucos eu imaginaria. Era um vídeo, e nele um cara bonito e tatuado, tocava violão e cantava uma música sobre uma mulher que conheceu num balcão de botequim. E o que mais me chamou atenção, foi o recado que acompanhava a ultima nota da canção.
"Estou lhe esperando no mesmo lugar...estou lhe esperando..."
Agora eu tinha um músico, agora eu virei música.


E a continuação dessa história, não vejo necessidade de contar. Só digo que é feliz. A felicidade é mesmo uma coisa muito obvia quando se existir amor. Só lhes digo que enquanto eu escrevo essas palavras, ele está tocando violão e cantando na sala. E é aplaudido por um fã que faz o seguinte pedido
  


- Papai, toca aquela música que você fez pra mamãe !

terça-feira, 19 de julho de 2011

Aquele que eu chamo de Amor

Princesinha, vamos pedir uma cerveja ?
- Sim amor, pode ser...


Numa lanchonete qualquer, cerveja e uma porção de batata frita.Eu perdida em pensamentos,e ele do mesmo jeito de sempre.Adorável.
Tirei aquela noite para contemplar o meu amor.
Enquanto ele me contava alguma novidade,eu o observava atenciosamente e ao mesmo tempo não escutava nada que ele estava falando.Reparei na sua barba mal feita.Como odeio barba.Mas como eu amo esse menino que não faz a barba.Não me deu aliança, flores, nem um ovo de páscoa em formato de coração.Como foi  mesmo que esse cara me conquistou?
Ele me conquistou tão por acaso, que até parecia que eu estava vulnerável.E de certo estava, a solidão nos deixa imerso ás ilusões e também a grandes paixões.Sim, eu estava à sua espera.
Ainda lembro do nosso primeiro beijo , aquele que pensei que não iria acontecer .Foi perfeito, entre outros clichês que qualquer apaixonada diria ao descrever um beijo.De uma forma particular,digo que nosso beijo foi vermelho.
E o amor, quando isso se tornou amor ?
Não me lembro ao certo, só sei que quando me dei conta, ele estava aqui ,eu estava amando.Poderia dizer que percebi que era amor, quando chorei.Porque o amor tem mesmo dessas coisas,também faz chorar.Mas sou tão piegas que chorar não é nada.Posso chorar agora se quiser, são só lagrimas.
Na primeira briga,terminamos o que mal havíamos começado.
- Você está muito chata ! 
- E você um babaca ! 
Então o cravo saiu ferido e a rosa despedaçada...
Ele tentou uma amizade. E eu como sempre tola e orgulhosa preferi sentir raiva.O insultei,falei mal dele pelos cantos.Aluguei ouvidos de amigos pra desabafar.Bebi e vomitei seu nome pelos botecos da cidade.E no fim me afogava em lágrimas sozinha em meu quarto.E ele como se possuísse poder telepático, me ligava todas as noites querendo saber como eu estava.E eu mentia estar ótima enquanto disfarçava o choro ficando furiosa " qual é a desse babaca ? " .Numa noite pedi pra que não me ligasse mais.Tentei uma fuga .Vesti meu orgulho, subi no salto e o ignorei.Segui em frente mesmo tropeçando nas lembranças boas que o ex-amor deixou.Não demorou muito ele me procurou, de cabeça baixa, ensaiando as palavras.Sentiu saudades.Me pediu um abraço, um beijo, me pediu pra voltar.E eu mandei minha raiva embora, e voltei  para aqueles braços donos dos melhores abraços.E claro que depois houve outras brigas, mas nada considerável grave.Afinal  a gente se ama.Qualquer coisa é só colocar a culpa no amor que sentimos um pelo outro.Que tudo se resolve, a gente acaba perdoando.
Hoje estamos felizes.Ele me chama de princesa e ainda me concede beijos vermelhos.Tolera (ou pelo menos,tenta!) meus ataques de ciumes, minhas paranoias, minha tpm.Continua me ligando todas as madrugadas e repete várias vezes que me ama.E agora eu não o chamo mais de babaca, e tento ao máximo controlar meu instinto á ser neurótica e chata.E se tem algo que eu me pergunto é 'Como é possível amar tanto assim um homem ?"
O amor é engraçado, o amor é irônico, o amor é um sacana.
As vezes falamos do amor, como se ele fosse uma pessoa.Pois ele é.
Não é por acaso que a palavra  " Amor "  está no masculino.O Amor é menino.E eu tenho o meu.
Pra mim, o amor tem a barba mal feita,os cabelos cacheados, e um jeito de sorrir que me encanta.
Amor é o codinome, que dei para aquele menino que me faz feliz.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Para sempre. Até quando?

Anos atrás, exatamente num dia como este...
Prometemos o impossível. Estávamos tão embriagados de amor que perdemos a razão e prometemos ficarmos juntos para sempre. E por um curto tempo, chegamos a acreditar que isso seria possível. Era bom acreditar. Era bom ser criança. Quando ingênuos sempre nos eram contadas histórias que terminavam da mesma maneira. Com a mesma frase "e eles foram felizes para sempre..." A ilusão lhe é apresentada desde cedo. É preciso crescer para aprender que " felizes para sempre" é algo que não existe na vida real.
Mas quando estamos apaixonados, muitas vezes retardamos a razão. Em alguns casos perdemos ela por completo. Conosco foi assim. No auge da paixão acreditamos e prometemos ficarmos juntos para sempre. Não ficamos. Não estamos juntos. Descumprimos o prometido.
A nova realidade é que "nós", não existe mais. Só restaram nós na garganta ao pronunciar o teu nome. E ao dizer que não... não ... não estamos juntos mais.
Poderíamos até culpar o tempo, ou a falta dele. Mas nessa história os únicos culpados somos nós mesmo. Nos deixamos escapar. Os nós que nos uniam foram desfeitos, deixamos de nos abraçar.
Mas as palavras prevaleciam, mesmo sem sentido. Acostumamos a dizer "eu te amo"  Sem nem si quer saber o porquê. Dizíamos. Mas por que mesmo?
Será que isso era o que realmente sentíamos? Questão esta, que antes nunca paramos pra pensar. Mas depois do ponto final, surgiram pontos de interrogações sobre nossa relação. Nossa antiga relação. Cujo titulo se introduz agora"Passado".
E para as minhas duvidas, sozinha encontrei respostas.
Sei que um dia fez sentido. Um dia foi sincero. Um dia existiu amor. Depois começamos a mentir. Sem saber mentíamos diariamente, como um cumprimento dizíamos a mesma mentira bonita.
- Eu te amo.
-Eu também te amo.
Á quem queríamos enganar!? A nós mesmos, é claro. Pessoas acomodadas se acostumam com tudo. E nessa altura, estávamos acostumados a conviver um com o outro. Juntos para sempre. Não foi isso que prometemos?
Para sempre, para sempre, promessa tola e insana!
Para sempre, não existe !
Pelo menos isso nós dois aprendemos juntos.
Essa frase foi criada apenas para complementar a falta de criatividade dos finais de contos de fada.
Mas um romântico lunático passou a usá-la pra compor promessas. E daí por diante virou moda.Todos adquiriram o mesmo costume. Todos algum dia prometeu à alguém ou a si mesmo de que algo seria para sempre. E tem gente que ainda acredita nisso.
Sendo que nem si quer nós mesmos, somos para sempre.
Promessas como esta, não passam de palavras. Palavras que não são mágicas, não são bragas, não são nada, são só palavras.

domingo, 17 de julho de 2011

O reino encantado da solidão

No seu mundo particular, ela pintava e bordava as nuancias da vida.Tudo era tão seu. Aquele mundo pertencia a ela e a mais ninguém. Era feliz. Pois só conhecia aquilo que vivia. Era sozinha e não se dava conta. Porque pra ela, não existia mais ninguém. E você deve estar pensando "como pode alguém viver bem em um mundo tão vazio?" O mundo dela não era vazio. Era cheio de paz, não existia maldade e nenhuma tristeza.Tudo era belo e único. Passava o seu tempo, desenhando seus sonhos, cantando suas músicas, dançando com o vento ao rodar seu vestido florido, iguais as flores que possuia em seu jardim, cuja beleza fazia brilhar os olhos. Gostava do céu e as suas oscilações de cores. Das estrelas e suas diversidades de tamanho. Do brilho sutil e inofensivo da lua e da rebeldia do sol numa tarde de calor. O nome dela? Nossa personagem não tem nome. Nunca precisou de um, não havia ninguém para chama-la. Até que um dia quando estava sorrindo distraída, escutou uma música. Se assustou, pois aquela voz não era dela. Chegou a pensar que estava enlouquecendo, ao ouvir aquele canto que não era seu. Passou a procurar pela música, aquela voz. Então ela o viu. Estava do outro lado, em um mundo paralelo ao dela. Foi assim que ela descobriu que não era unica. Existia alguém bem próximo dali. Ela o desejou, teve sensações que jamais havia sentido antes. De repente o mundo que ela tanto adorava, já não tinha mais graça. Pareceu insosso. Até seus sonhos mudaram e seus desenhos era todos esboços daquele outro rosto. Agora ela não cantava mais, pois a unica voz que queria ouvir era a dele. E o vento não a fazia mais dançar, agora ela queria ter o dono da voz como par. As flores do seu jardim murcharam depois que ela esqueceu de cuida-las. E a beleza do céu, não era nada ao comparar com a beleza dele.
Tomou uma decisão. Precisava dele junto dela.
Numa tarde enquanto ele cantava as margens do oásis que os separavam, ela gritou. O convidou para habitar o mundo dela. E ele veio chamando-a de "Princesa". Agora esse era seu nome, Princesa. Ela descobriu então o amor. Emoção que antes nunca havia sentido. Sentimento entre tantos outros por ela desconhecido. Ele veio, mas não veio sozinho.Trouxe do mundo que vivia, as coisas ruins lá existentes. Veio trazendo junto as pessoas daquele outro mundo. E com as pessoas vieram também a hipocrisia, a maledicência, a inveja, o ódio e toda a sujeira daquele mundo sórdido que ele já estava acostumado. Desde então o mundo belo que pertencia apenas a Princesa, foi invadido com impurezas. E restou a ela apenas a tristeza e saudade de quando ali só existia ela. Então, fugiu deixando o amor que conheceu pra trás. Ele nem parecia ser daquele mundo de que venho, mas de qualquer forma o pertencia. E hoje, a Princesa vaga a procurar um novo reino onde possa sozinha reinar... Onde não exista ninguém além dela mesma, o céu, as flores e a paz da solidão. 

sábado, 16 de julho de 2011

Ela tem o coração de pedra ... valiosa

E mais uma vez ela volta a dar jus ao apelido que um dia lhe foi concedido      “Malvina coração de pedra”.


É íntima da solidão, e dificilmente à trai.


É raro aparecer um amor capaz de perfurar o seu coração e entrar. Quando esse acontecimento histórico acontece, ela sabe ser doce.Quando chega ao fim, ela volta ao seu sabor natural, cítrico. Nem doce nem amargo. O seu gosto é ácido. Poucos paladares sabem apreciar. O seu néctar é de laranja e o amor é apenas uma pitada de açúcar as vezes acrescentada.


Malvina é feliz com a sua acidez. Não vive só de amor. Não é de sentir ódio. Ela sabe do seu valor, reconhece e assume esse seu sabor.


Seu coração é de pedra, das mais valiosas. Ela carrega dentro do peito um Rubi. E sabe que nem todo mundo o merece. Para chegar há tal preciosidade é preciso muito fazer,muito provar, ou apenas amar de verdade. Quando equivocada, pois Malvina também se engana. Até pensou em entrega-lo há certos supostos merecedores. Mas por precaução sempre dava pequenas amostras. Sempre soube o quanto valioso era o seu coração. E nunca o colocou nas mãos de qualquer um, que com uma decepção possa quebra-lo, ou por descuido deixa-lo cair no chão. Por sabedoria, não sofre. Seu coração continua inteiro mesmo depois de algumas decepções. Mas o que elas quebraram foram as réplicas idênticas que representavam a jóia original. Seu coração ainda permanece intacto à espera de alguém que realmente prove que o mereça. E protegido cada vez mais contra os farsantes que pensam em furta-lo.


Malvina também chora. Mas quando chora não dedica suas lágrimas à ninguém. Ela chora por ela mesma. A dor, a emoção é de quem sente e não de quem causa. Então ela chora por ela mesma. E quando as lágrimas secam, sorri para o espelho. O seu sorriso mais bonito é esse. Quando ela sorri pra si mesma.


Então, se você não possui o tanto de açúcar necessário para adoçar o que é ácido. E não entende nada de gemologia para ser um perito em pedras preciosas sabendo valorizar o rubi que ela carrega no peito esquerdo. Não se engane, não se iluda achando que ela irá te amar. Porque Malvina é a personificação máxima de amor próprio. Ela se entende e se conhece muito bem a ponto de nessa crônica que aqui escrevo se colocar em terceira pessoa. Porque uma mulher de verdade não precisa ser doce o tempo todo e nem esperar que alguém a descreva. Ela mesma reconhece o seu sabor, e se dá o próprio valor.


E por ser assim por alguns foi chamada de Coração de pedra. Mas ela sabe o quão valiosa é a pedra que carrega no peito.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Onde estará Inácio?

Eu que de louca, tenho um pouco de mulher.
Fico maquiando a solidão. Escrevendo poemas para alguém que não existe. Me olhando no espelho e fazendo tipo. Conversando sozinha. Cantando na cozinha. E observando o comportamento das formigas.
Sinto saudades do meu cachorrinho já falecido.
Penso como seria bom ter um filho. E como seria difícil cria-lo sozinha.
Leio um livro de romance, em seguida pego no sono. Durmo e sonho com um desconhecido. Se o conheço tenho certeza que não é dessa vida.
No sonho ele me envolve nos braços, me deita no chão e sussurrando no meu ouvido diz:


"Casa comigo, que eu te dou um filho menino"


Eu olhava fundo naqueles olhos cor de amêndoas. Quando o telefone toca e me acorda do sonho. Numa tentativa inútil meu inconsciente tenta retardar o barulho que faz o maldito telefone interruptor de sonhos. Atendo, e como si não bastasse era engano.


- Por gentileza, o Inácio está?
- Não, ele não está porque aqui não mora nenhum Inácio.
- Então desculpe o incômodo, foi engano.


"Inácio , Inácio seja quem for,  foi cúmplice em atrapalhar meu sonho."


Ao repetir aquele nome sorri caindo em devaneio.
O homem, o telefonema, aquele nome. Será mesmo um simples engano?
Talvez não. Eu conheci Inácio, minutos antes do telefone tocar. Aquele homem, agora tinha um nome. Podem me chamar de insana, sei que sou. Sonhadora cafona, menina brincando de ser louca. Não me culpem, não tenho culpa de ter nascido sob lua pisciana. Deixe-me continuar sonhando...
Meu Inácio é moreno tem olhos cor de amêndoas, cabelos escuros e desalinhados. Carinhoso, de aspecto inteligente. Parece o homem perfeito para ser pai de um filho meu.
De repente a brincadeira tola perde a graça.


"Oh céus ! o que estou fazendo...além de enlouquecer."


Tudo não passou de um sonho sem sentido como todos os outros e um telefonema por engano.
O dia ainda tem que prosseguir e posso ouvir a realidade me gritando.
Isso tudo deve ser pelo cansaço, do dia ou da vida.
Preparo um café, enquanto elaboro teorias sobre destino, coincidências e espiritismo.
Volto a pensar em Inácio. Mas não o Inácio do sonho, mas sim o real. Um tal de Inácio que existe e não é fruto da minha imaginação.
Quem será esse homem?
Volto a me questionar se aquilo poderá ter sido um sinal. Sem saber que estava apelidando a solidão de semáforo.
Ora! Está na hora de acordar, aquilo não foi nada. Tenho que fixar minhas idéias na realidade. Preciso de mais café. Preciso que o dia acabe logo, preciso me esquecer do Inácio.

A sanidade, porta à fora

Olhando nos meus olhos, disse que não sente nada forte por mim. Tudo, passou a ser nada.
Sentimento, senti mesmo, hoje não sinto mais. Não me lembro ao certo as palavras, mas entendi o que elas significavam.

E eu,  o que eu sinto?
Vou dizer o que sinto.
Sinto na boca o gosto amargo do fim. Como um vinho tinto, deixando meus lábios rosados. Você deixou marcas em mim.
Sinto as lágrimas que nesse momento percorrem a minha face, borrando minha maquilagem.
Sinto que, essa parede xadrez cairá sob minha cabeça , e algum sacana gritará em seguida "xeque-mate"
Sinto que, sempre senti muito mais do que deveria sentir por ti.
Sinto-lhe aqui, ainda dentro de mim.
Eu sinto, mas quero deixar de sentir.
E sei que pouco lhe importa o que sinto ou deixo de sentir. O que quero ou deixo de querer.
Mesmo assim vou continuar dizendo...
Eu quero um anestésico, que me impeça me sentir algo por você. 
Quero uma dose de amnésia, pra nem se quer lembrar o seu nome, quanto mais a sua existência e a importância dela na minha vida.
Quero arrancar esse amor de dentro do meu peito. Quero que as lágrimas que choro deixem de ser apenas lágrimas. Quero que essas lágrimas sejam o amor,  saindo pelos meus olhos. E que ele acabe assim que elas secarem.
Quero os meus discos, meus livros que você levou pensando que eram seus. Só não peço para devolver o amor que lhe dei, porque esse eu sei, você jogou pela janela depois que não lhe serviu mais. Você mesmo o destruiu.
E a cima de tudo...
Quero minha sanidade de volta. Já que desde o momento que você foi embora, não fiz outra coisa, a não ser enlouquecer.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Como é que se diz Adeus?

Ando me sentindo sozinha. E estou aprendendo a gostar disso.
Me acostumei com a tua ausência. Descobri que ela não é tão ruim assim. 
Não fico mais ansiosa esperando o telefone tocar. Ouvir sua voz, virou banalidade.
Já não me interessa saber como foi o seu dia, ou o que vai fazer no domingo.
Nem fico me perguntando onde estará agora, enquanto escrevo displicentemente sobre você. Suponho que deve estar por aí com seus amigos. Aqueles hipócritas que me odeiam. Os meus inimigos, seus amigos. E entre um gole e outro de álcool, pode ser que cite o meu nome. E um dos babacas que te acompanham de forma irônica perguntará como estou, como estamos. Sem pensar você responderá que estou bem, que estamos bem. Sem entrar em detalhes. Sem perceber que contou uma mentira. Mentiu não só pra eles, mas também pra si mesmo. Nada entre nós está bem, e você está bebado demais para perceber. Estamos adiando o fim dessa relação falida. Estamos caminhando lentamente, rumo ao fim. E nesse caminho não estamos de mãos dadas.
Uma coisa não entendo. O que te faz me telefonar? Você perde o seu tempo me fazendo uma breve ligação todos os dias. Me ligar todos os dias, esse foi o prometido. As vezes liga quando já estou dormindo. Um dia ainda a de esquecer. E pode ser que eu nem perceba.
Não existe mais saudade, eu não sinto sua falta e você não faz questão de estar presente.
Acho que esquecemos, como é mesmo que se diz adeus?
O certo seria nos despedirmos de uma vez. Mas já não sei se pra isso acontecer o que falta é oportunidade ou coragem. Ou ambas.
Antes de qualquer atitude bem pensada ou não. Quero te olhar nos olhos. Foi assim que tudo começou. Olhando nos olhos. É assim que deve terminar. 
Será que ainda existe amor por de trás dos seus olhos, quando me olhas ?
Seus lábios realmente querem beijar os meus, ou isso virou apenas um cumprimento? O que sentes quando me abraça?
Não posso negar, que ainda resta em mim uma tola esperança. Quem sabe nem tudo está perdido. Se até as pessoas que estão inkoma, possuem chances de um dia acordar. O nosso amor também terá. Mais uma chance. Entre tantas que já demos, nessa procrastinação que vivemos. O fim vamos deixar pra mais tarde. Outro dia. Um dia que teremos oportunidade e coragem. Agora está tarde, irei dormir. Prometo acordar quando o telefone tocar. E quando me perguntar se estou bem, com a voz sonolenta irei mentir que sim, estou bem. Boa noite.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Essa é você, amanhã.

Fundamental é mesmo o amor. É impossível ser feliz sozinho.
Pela primeira vez você deu ouvidos ao que dizia a canção. Tirou as vendas da solidão que cobriam os teus olhos, e assim passou a enxergar um amor alí, outro lá.
Conhece um cara interessante. Um jovem músico de gosto musical igual ao teu. Conversa vai, conversa vem, e vocês dois concordam com tudo que o outro diz. Repetem várias vezes "Eu também".
Você começa a pensar que encontrou o cara perfeito. Porém um pequeno detalhe não lhe agrada.
Ele é de peixes! 
"Espero que esse pisciano seja diferente dos complexos que conheço".
Quase um mês saindo juntos, ele te pede em namoro. Vocês namoram, por apenas três dias. Ele se mostra como os outros piscianos. Cheio de crises do tipo "Não sei o que quero" "Não sei quem sou". Numa dessas, ele termina com você. Dizendo que precisa de um tempo pra ele mesmo. Você reage surpreendentemente bem, pois quando ele disse que queria terminar, você disse "Eu também".
Você pensou que havia se livrado de uma. Quando ás 2:15 da madrugada seu telefone toca. Era o pisciano, dessa vez bêbado. Estava cansado dele mesmo. Você pensa em manda-lo para aquele lugar. Mas invés disso, com toda educação manda ele ir dormir e nunca mais te ligar.
Volta pra cama jurando nunca mais se envolver com piscianos.
A busca pelo amor ainda continua.E que tal um amor requentado?
De repente fica interessada em saber por onde anda os amores do passado. Pesquisa na internet. Descobre que um virou padre,outro está casado, um mudou de sexo e hoje atende pelo nome de "Ashlee". Realmente o músico pisciano é perfeito se for comparar com os anteriores.
E você até sente falta de ouvir o telefone tocando de madrugada. Mas logo se lembra que ele é um babaca, um babaca interessante, talentoso e de bom gosto, mas não deixa de ser um babaca.
Então volta a pensar apenas em si mesma. Essa é você, egoísta, egocêntrica, sozinha, infeliz. Essa é você, considerada pela sociedade uma mulher independente. Pelos familiares, a encalhada. Essa é você, indo sozinha ao cinema, teatro, eventos sociais, bancando a bláse. E em casa bebendo uísque em frente a tv, enquanto chora compulssivamente.
Resolve sair de férias. Não só do trabalho. Mas, de tudo e todos incluindo você mesma.
Sai de São Paulo e passa duas semanas no Rio de Janeiro. Vai disfarçada de outra mulher.
Deixa em casa as roupas sociais, o salto alto, a maquiagem carregada. E anda pelas areias da praia, de cara limpa, vestido florido, chinelo havainas. Sente-se livre,e nem se importa de estar sozinha em um lugar tão lindo. Sorri para desconhecidos, é simpática com os funcionários do hotel, e adora ouvir o sutaque dos cariocas. Vai á um show de jazz e se encanta pelo saxofonista. Que no fim do show é aplaudido pelo namorado tão lindo quanto ele. Antes de ir para o hotel, se despede do mar. Sapatos na mão, pés descalços, praia deserta. Olhando para o mar, que agora parece mais escuro refletindo o céu negro estrelado. Pensa que poderia encontrar um amor alí naquela praia, naquela noite, naquele instante. Mas logo se lembra que cenas como esta, só acontecem em filmes e novelas. Você é só uma paulista no seu ultimo dia de férias. Amanhã volta pra casa, pro trabalho, pro caos. Volta renovada. Pele bronzeada, alma purificada, trazendo no olhar o mar negro estrelado.
Chegando em casa, tudo está como havia deixado. A casa ainda cheira solidão. E dessa vez isso não te incomoda. Pois está em paz e contente consigo mesma. E o que você mais quer é permanecer assim antes que outro estranho apareça e interrompa a sua solidão. Aí tudo muda outra vez. Mas por enquanto essa é você, numa sexta feira a noite ouvindo bossa nova e sorrindo sozinha enquanto pinta as unhas de vermelho.