quarta-feira, 20 de julho de 2011

Enquanto houver música, haverá o nosso amor...

Eu sempre quis ter um poeta. Eu sempre quis ser um poema.
Certo dia estava eu num balcão de botequim. Quando um homem atraente se sentou ao meu lado, e me ofereceu um drinque. Eu com um copo de uísque na mão, recusei. Continuei indiferente, enquanto ele puxava assunto. Por incrível que pareça, o conquistador de botequim nem se quer perguntou o meu nome. Ele estava mais interessado em falar sobre si mesmo. Se gabava dizendo que era músico e que tinha uma banda muito boa; como se isso fosse me impressionar. Aliás nada naquela noite seria capaz de arrancar dos meus lábios um sorriso. Que dirá então, um beijo!
Enquanto ele falava, eu percebia suas características típicas de um nativo de Leão. Tive certeza que se tratava de um leonino.
Não posso negar que ele tinha charme, mas não demostrei nenhum interesse. Só desprezo e uma cara de quem teve um dia ruim. O que não era nenhuma mentira. O dia havia sido ruim o bastante, para eu estar ali bebendo.
Ele pediu  meu telefone. E eu pedi a conta. Me levantei do banco e fui embora, deixando pra ele um nada simpático "tchau". Ao me afastar me senti tentada a olhar pra trás para ver se os teus olhos me acompanhavam até a porta. Mas logo pensei "Melhor não. Definitivamente, hoje não é o dia!" Fui embora sem olhar pra trás. O dia não tinha sido dos melhores. Eu só queria voltar pra casa antes que algo piorasse. Ou pior ainda, antes que eu me apaixonasse.
Uma semana depois. A campainha do meu apartamento toca.
Era um entregador com um buquê de rosas. Dei uma gorjeta ao rapaz e perguntei quem seria o remetente daquelas rosas. Ele não sabia. O buquê era lindo e singelo. Procurei por um bilhete, e encontrei algo inusitado. Um pen-drive lilás entre as rosas vermelhas.
Achei curioso e não pensei duas vezes em verificar o conteúdo do tal pen-drive.
Se tratava de algo que nem nos meus sonhos mais loucos eu imaginaria. Era um vídeo, e nele um cara bonito e tatuado, tocava violão e cantava uma música sobre uma mulher que conheceu num balcão de botequim. E o que mais me chamou atenção, foi o recado que acompanhava a ultima nota da canção.
"Estou lhe esperando no mesmo lugar...estou lhe esperando..."
Agora eu tinha um músico, agora eu virei música.


E a continuação dessa história, não vejo necessidade de contar. Só digo que é feliz. A felicidade é mesmo uma coisa muito obvia quando se existir amor. Só lhes digo que enquanto eu escrevo essas palavras, ele está tocando violão e cantando na sala. E é aplaudido por um fã que faz o seguinte pedido
  


- Papai, toca aquela música que você fez pra mamãe !

2 comentários:

  1. Você realmente tem um talento de dar inveja a qualquer um .. Você escreve de uma maneira que nos prende ao que estamos lendo e é difícil que escritoras de blogs consigam fazer isso, acredito que seu talento ainda irá muito além do que um blog , espero um dia poder ler um livro seu ! E sei que você tem potencial para isto eu e mais todos os leitores do seu blog.. Parabéns por escrever assim. E realmente esta crônica é uma das melhores que já li. Parabéns novamente , e te desejo um sucesso enorme ! Porque você tem potencial para ter sucesso , obrigada por dividir isso com os seus leitores, e nos deixar bobos lendo o seu blog. Um Beijo.

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  2. Seja quem for você , muito muito obrigada mesmo ! Fiquei feliz em lhe agradar . Um beijo e um abraço forte (:

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