sábado, 16 de julho de 2011

Ela tem o coração de pedra ... valiosa

E mais uma vez ela volta a dar jus ao apelido que um dia lhe foi concedido      “Malvina coração de pedra”.


É íntima da solidão, e dificilmente à trai.


É raro aparecer um amor capaz de perfurar o seu coração e entrar. Quando esse acontecimento histórico acontece, ela sabe ser doce.Quando chega ao fim, ela volta ao seu sabor natural, cítrico. Nem doce nem amargo. O seu gosto é ácido. Poucos paladares sabem apreciar. O seu néctar é de laranja e o amor é apenas uma pitada de açúcar as vezes acrescentada.


Malvina é feliz com a sua acidez. Não vive só de amor. Não é de sentir ódio. Ela sabe do seu valor, reconhece e assume esse seu sabor.


Seu coração é de pedra, das mais valiosas. Ela carrega dentro do peito um Rubi. E sabe que nem todo mundo o merece. Para chegar há tal preciosidade é preciso muito fazer,muito provar, ou apenas amar de verdade. Quando equivocada, pois Malvina também se engana. Até pensou em entrega-lo há certos supostos merecedores. Mas por precaução sempre dava pequenas amostras. Sempre soube o quanto valioso era o seu coração. E nunca o colocou nas mãos de qualquer um, que com uma decepção possa quebra-lo, ou por descuido deixa-lo cair no chão. Por sabedoria, não sofre. Seu coração continua inteiro mesmo depois de algumas decepções. Mas o que elas quebraram foram as réplicas idênticas que representavam a jóia original. Seu coração ainda permanece intacto à espera de alguém que realmente prove que o mereça. E protegido cada vez mais contra os farsantes que pensam em furta-lo.


Malvina também chora. Mas quando chora não dedica suas lágrimas à ninguém. Ela chora por ela mesma. A dor, a emoção é de quem sente e não de quem causa. Então ela chora por ela mesma. E quando as lágrimas secam, sorri para o espelho. O seu sorriso mais bonito é esse. Quando ela sorri pra si mesma.


Então, se você não possui o tanto de açúcar necessário para adoçar o que é ácido. E não entende nada de gemologia para ser um perito em pedras preciosas sabendo valorizar o rubi que ela carrega no peito esquerdo. Não se engane, não se iluda achando que ela irá te amar. Porque Malvina é a personificação máxima de amor próprio. Ela se entende e se conhece muito bem a ponto de nessa crônica que aqui escrevo se colocar em terceira pessoa. Porque uma mulher de verdade não precisa ser doce o tempo todo e nem esperar que alguém a descreva. Ela mesma reconhece o seu sabor, e se dá o próprio valor.


E por ser assim por alguns foi chamada de Coração de pedra. Mas ela sabe o quão valiosa é a pedra que carrega no peito.

Um comentário:

Sinta-se a vontade para sorrir ou fazer criticas. Agradeço (: